O que fazer para salvar a floresta?
O Brasil precisa
adotar imediatamente um programa nacional de combate ao desmatamento na
Amazônia, com apoio financeiro da comunidade internacional.
O programa
criaria uma força-tarefa interministerial, com a participação de entidades
representativas da sociedade civil e dos setores produtivos, para deter o
avanço do desmatamento e reduzi-lo a zero.
Entre as medidas
necessárias para impedir uma maior destruição da Amazônia, destacamos:
• A implementação
dos compromissos nacionais e internacionais assumidos em 1992 durante a
Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB);
• A destinação
das áreas griladas na região amazônica (que, de acordo com dados das CPI da
Grilagem chegam a 100 milhões de hectares, ou 20% da Amazônia Legal) para a
criação de áreas de proteção como parques e reservas extrativistas de uso
sustentável;
• A implantação
das unidades de conservação já aprovadas e que até hoje não saíram do papel;
•
Redirecionamento do programa nacional de reforma agrária para áreas já
desmatadas;
• Fortalecimento
das instituições encarregadas da proteção ambiental como Ibama e secretarias
estaduais de Meio Ambiente;
• Adoção de
mecanismos fiscais que punam a extração ilegal de madeira e beneficiem
exclusivamente a produção de madeira através de manejo florestal sustentável e
certificado pelo FSC.
• Fortalecimento
institucional e financeiro a projetos de manejo florestal comunitário;
• Expansão dos
programas governamentais de combate às queimadas;
• Demarcação de todas
as terras indígenas.
Conter a
destruição das florestas se tornou uma prioridade mundial, e não apenas um
problema brasileiro. Restam hoje, em todo o planeta, apenas 22% da cobertura
florestal original. A Europa Ocidental já perdeu 99,7% de suas florestas
primárias; a Ásia, 94%; África, 92%; Oceania, 78%; América do Norte, 66%; e
América do Sul, 54%. No caso específico da Amazônia brasileira, o desmatamento
que era de 1% até 1970 pulou para quase 15% em 1999 – em quase 30 anos, uma
área equivalente à França foi desmatada na região. É hora de dar um basta
nisso.